sábado, 19 de maio de 2007

A Caminho do Sol








Por Liana Carolina

Com a visita do papa em nosso país este mês, a grande maioria dos brasileiros está com a religiosidade à flor da pele, por isso A Mochila achou interessante dar como sugestão, uma viagem com caráter espiritual (independente da religião), a peregrinação ao Caminho do Sol.
O Caminho do Sol é conhecido como o caminho de Santiago de Compostela (localizado na Espanha) brasileiro, pois tem o mesmo objetivo e características. Começa em Santana de Parnaíba/SP e termina em Águas de São Pedro, no total são 241 km de caminhada, passando por Pirapora do Bom Jesus, Cabreúva, Fazenda Cana Verde, Fazenda Vesúvio (Salto), Elias Fausto, Fazenda Milhã (Capivari), Mombuca, Clube Arapongas, Monte Branco, Artemis (Piracicaba) até enfim chegar a águas de São Pedro (a 180km de São Paulo). Esse percurso dura em média 11 dias, mas isso varia de acordo com o ritimo de cada um, e pode ser feito sozinho ou em grupo. Assim como o Caminho de Santiago, ele é sinalizado com setas amarelas, que estão sempre onde houver uma opção de caminho. Pode-se afirmar que a grande maioria do peregrinos que fazem o percurso caminhando está na faixa de 35 a 50 anos, e os ciclistas na faixa de 26 a 32 anos.

Idealizado por José Palma em 25 de julho de 2002, tem como objetivo oferecer aos amantes de caminhadas, um ambiente agradável, passando em sua quase sua totalidade, por áreas rurais, buscando a introspecção e o despojamento material. É considerado também preparatório para o caminho de Santiago, estima-se que 4 mil peregrinos já fizeram essa caminhada brasileira. Para fazê-la é necessário se inscrever e fazer uma palestra orientativa obrigatória, onde terá todas as dicas e informações necessárias para maiores informações: www.caminhodosol.org. O custo é de 5 kg de mantimentos ou R$15,00 para a palestra a inscrição, R$ 93,00 mais 2 kg de mantimentos (os mantimentos arrecadados são distribuídos às famílias carentes ao longo do Caminho). Estadias, incluindo pernoites, refeições e café da manhã, R$50,00/dia (em média) calcule 12 pernoites. Essas estadias são pousadas especialmente desenvolvodas para atendê-los. Como o Caminho segue sempre pela área rural,as pousadas em sua grande maioria são fazendas, sítios, chácaras, até escolas rurais.
Quem já fez a Caminhada, recomenda fazer em grupo, pois une as pessoas. "Uma das coisas fortes de se fazer o caminho em grupo, é a união que isso causa nas pessoas. Eu fiz com 14 pessoas que eu não conhecia, passei apenas 3 dias com elas e falo com eles até hoje", me contou Eduardo, um ciclista e aventureiro de 37 anos, que fez o percurso de bike e depois fez também o Caminho de Santiago.
A caminhada é bem no estilo mochileiro, por isso, deve estar com a mochila preparada. É recomendado aos caminhantes levar:
  • Mochila especial para caminhadas;
  • Bermuda Dry-Fit;
  • 2 camisetas Dry-Fit;
  • 6 a 8 pares de meia finas e grossas;
  • Calça (estilo bermuda - Tac tel);
  • Chinelo / Papete;
  • Sleeping Bag; - Protetor Solar;
  • Casaco de Nylon Anorak;
  • Chapéu / Boné;
  • Cajado ou Bastão;
  • Material Pessoal de Higiene ( Remédios Caseiros, Anti-Inflamatório, Anti-Térmico, Agulha e linha para costurar as bolhas e Micro Pore);
  • Cantil ou Garrafa de Água;
  • 6 alfinetes de fralda;
  • Frutas Secas ( Damasco, Ameixa, Uvas Passas, Nozes, Barra de Cereais);
  • Cápsulas de Vitamina C (2g) ou Aminoácido;
  • Um par de tênis (tipo out door), especial para caminhadas de longa distância;
  • Capa de chuva;
  • Casaco de fleece anorack (jaqueta especial de nylon) em caso de frio;
  • Uma toalha esportiva ou fralda. (Não levar toalha doméstica).
* Não levar Jeans e o peso da mochila não deve ultrapassar 10% de seu peso.

Na chegada existe uma missa especial para os peregrinos com benção, que são anunciados pelo nome e cidade de origem, como é feito na Espanha.

Para você se informar e conhecer as experiências de quem fez o caminho, seguem dois livros que servem de inspiração e incentivo:

- Onze dias, onze noites: a vivência da reportagem no Caminho do Sol. Escrito pelas jornalistas Sandra Alves e Sueli Paschoalon.
Editora Átomo - 114 Páginas






- Caminhos que Nunca Terminam: Escrito pela Jornalista Fabiana Passos.
Editora Luzes - 134 Páginas










*Fonte e imagens:
www.caminhodosol.org

quinta-feira, 17 de maio de 2007

A Grande Aventura

Por Jake Targino

O aventureiro Alexei Faria de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, encontrado no Orkut, conta detalhes sobre sua viagem ao Chile, Argentina e Uruguai em janeiro de 2005. O passeio é mencionado por ele como “a grande aventura”. Considera-se uma pessoa comum, mas que não dispensa uma boa aventura. Só lamenta que o tempo tomado por sua agência de turismo – Ferret Turismo – e a falta de parceria para o estilo de viagem aventureira o impeçam de viver “loucuras” maiores.

A viagem realizada em 16 dias foi combinada um ano antes de ser concretizada. Num churrasco comentou com amigos - Paulo, Juliana e Bruna - sobre o plano antigo, resultado, resolveram embarcar juntos na aventura. Em janeiro de 2005 ele e os três amigos num Gol 1.0 iniciaram a viagem partindo de Porto Alegre. Levaram um fogão de duas bocas para fazerem a própria comida e barracas para dormirem nos postos de combustíveis. Utilizaram as barracas doze noites e por não encontrarem postos de estradas dormiram também num refúgio, espécie de alojamento em Puente Del Inca na Argentina – onde conheceram pessoas da Inglaterra e México e um alpinista da Groelândia – e em hotel em Buenos Aires na Argentina, entre outros.

Refúgio em Puente Del Inca, Argentina.

O aventureiro diz que viajar de carro, a pé ou de bicicleta são os melhores meios para se conhecer lugares. Com a vantagem de poder parar onde e quando quiser, tirar fotos, escalar montanhas...garante o que caros pacotes turísticos não proporcionam ao turista. “É o verdadeiro bom e barato, talvez seja a ÚNICA coisa boa e barata que podemos alcançar...hehe (...) ex: nos pacotes...poderíamos parar pra escalar uma montanha? Poderemos parar na beira da estrada pra tirar foto daquela pedra? Podemos parar aqui e tirar uma foto de uma entrada estranha da estrada???Ehhehe”.

Alexei no topo da montanha, próximo ao Aconcágua, Argentina.

Mas o que será que os quatro aventureiros encontraram na grande aventura? “A mochila” editou os relatos transmitidos por Alexei, numa conversa descontraída, no Windows Messenger (MSN):

Construção dos Incas, próximo ao Aconcágua, Argentina.

Todos os povos foram muito hospitaleiros com a gente, todos nos indicavam tudo o que perguntávamos. As partes dos centros das cidades são muito parecidas, tem chafariz, museu, igreja, praças, calçadão, bancos, lojas....hehehe....mas o diferencial ta fora, quando sai da área urbana.

bah Buenos Aires muito LOUCA...hehehe....pra começo de conversa a rodovia de entrada de Buenos Aires era pro limite de 130 km e nessa mesma rodovia, um ÔNIBUS MUITO VELHO dos anos 70 nos ultrapassou a uns 120 km/h e a porta estava aberta e tinha gente na porta, os caras tudo loucos....hehehe. Terminando sobre Buenos Aires, uma cidade show, cheia de cinemas, teatros, uma vida noturna show mesmo, dia de semana, 23 horas, várias pessoas nas ruas, loja de CD aberta, os próprios atores dos teatros faziam propaganda das peças em plena rua, muito 10.

Chile: areia e mar do pacífico gelados pra caramba, a costa do pacífico é que nem filme americano, tem algumas estradas que ficam mais altas que o mar, então o cara trafega pela estrada e avista o pacífico lá em baixo e entre a estrada e o mar estão as mansões de cinema. No Chile os preços são muito parecidos com os do Brasil. Gasolina praticamente o mesmo preço, no Uruguai a gasosa é mais cara e na Argentina é quase de graça. Aliás, tudo na Argentina é MUITO BARATO.
Vina Del Mar é uma cidade CARÍSSIMA, tudo é muito caro, litoral pra rico.
No Chile a água e a carne são caras, tu não encontra carne em quantidade no Chile, e dizem que a água dos chilenos são das geleiras,aí eu não sei se isso é verdade, mas um chileno nos falou.

Compramos um rack pro carro em Mendoza que fica perto de San Juan, Argentina. Nosso rack simplesmente caiu na estrada com o carro em movimento, tem que ver o pavor, voou tudo, espatifou tudo pra todos os lados, dai uma carreta(caminhão) que vinha longe atrás(por sorte) parou e trancou a rodovia pra que pudéssemos juntar tudo e depois disso amarramos várias cordas pra ajudar a segurar.
Mendoza é muito quente,no centro eles fizeram, entre a calçada e a rua, umas enormes canaletas que às vezes eles abrem pra água passar por ali para dar uma resfriada no centro. Mendoza muito show também tinha uma praça que era quase meia noite e tinha várias mães com seus filhos em carrinhos de bebês, desfilando, muita apresentação artística, teatro, música, bem legal.

Diante da história de Alexei, para um aventureiro mais vale o prazer pela aventura ou pelos lugares conhecidos? Talvez as duas alternativas mantenham o equilíbrio quando postas na balança, já que o espírito aventureiro é motivado pelo interesse em lugares desconhecidos. Eis uma questão para se pensar.

Fotos: Arquivo pessoal de Alexei.